15 autoras para ler agora

06/03/2017

Com o Dia Internacional da Mulher chegando - uma data para lembrar as conquistas das mulheres na sociedade e para continuar a luta pela igualdade -, preparamos uma seleção de quinze grandes escritoras do catálogo da Companhia das Letras. Da poesia à ficção e não ficção, seus trabalhos abordam com profundidade e talento as mais variadas histórias, e apresentam também narrativas que ilustram com maestria a vida de mulheres de diferentes origens e realidades. Conheça (ou releia) nossas maiores escritoras!

1. Chimamanda Ngozi Adichie

Chimamanda Ngozi Adichie já tinha dois livros lançados no Brasil quando surgiu um de seus maiores sucessos, Americanah. Acompanhando uma jovem nigeriana que vai estudar nos Estados Unidos, a autora aborda temas como racismo, feminismo e identidade. O feminismo, aliás, é um dos assuntos que tornaram Chimamanda ainda mais conhecida pelo grande público: sua palestra no TED de 2012 se transformou em Sejamos todos feministas, e nesta semana chega às livrarias do mundo todo Para educar crianças feministas, um manifesto com sugestões para educarmos crianças com os valores da igualdade entre os sexos. Outras publicações da autora são Meio sol amarelo, livro vencedor do National Book Critics Circle Award e do Orange Prize de ficção 2007, e Hibisco roxo

2. Lygia Fagundes Telles

Com quinze obras lançadas pela Companhia das Letras, como os livros As meninas e Antes do baile verde, Lygia Fagundes Telles é considerada pela crítica uma das mais importantes escritoras brasileiras. Lygia publicou ainda na adolescência o seu primeiro livro de contos, Porão e sobrado (1938), mas estudou direito e educação física antes de se dedicar exclusivamente à literatura. Foi eleita para a Academia Brasileira de Letras em 1985 e em 2005 recebeu o Prêmio Camões, o mais importante da literatura de língua portuguesa.

3. Zadie Smith

Zadie Smith é considerada uma das escritoras mais talentosas de sua geração. Descendente de ingleses e jamaicanos, com 24 anos lançou seu primeiro livro, Dentes brancos, enorme sucesso de público e crítica, que vendeu mais de 1,5 milhão de exemplares nos países de língua inglesa e ganhou numerosos prêmios, entre eles o Guardian First Book Award, o Whitbread First Novel Award e o Commonwealth Writers Prize. O caçador de autógrafos, publicado em 2002, é seu segundo livro e já lhe rendeu uma indicação para o Orange Prize de ficção e um lugar entre os vinte melhores jovens romancistas britânicos indicados pela prestigiosa revista Granta. Seu terceiro romance, Sobre a beleza, foi indicado em 2005 ao Man Booker Prize, um dos maiores prêmios literários do mundo, e venceu o Orange Prize de ficção de 2006. Em 2014 lançou NW, livro em que acompanha quatro personagens pelo bairro onde cresceu. Seu romance mais recente, Swing Time, chega às livrarias brasileiras no final do ano.

4. Elvira Vigna

No ano passado, Elvira Vigna ganhou o prêmio APCA de melhor romance com Como se estivéssemos em palimpsesto de putas, seu livro mais recente. Em 2015, uma das principais autoras brasileiras da atualidade ficou com o segundo lugar do Prêmio Oceanos com Por escrito. Sua prosa ocupa um lugar único na literatura brasileira. Na contramão de tudo que soa tradicional ou corrente, a autora vem, desde o fim dos anos 1980, trilhando um caminho próprio, na criação de um universo pessoal que parece se expandir a cada romance ou conto que publica. Com uma linguagem cortante e antissentimental, e uma visão de mundo cáustica e desiludida, os personagens de Elvira caminham trôpegos por cenários de devastação afetiva, emocional e pessoal. Outros romances de destaque são O que deu para fazer em matéria de história de amor Nada a dizer

5. Ana Cristina Cesar

Ana Cristina Cesar deixou em sua breve passagem pela literatura brasileira do século XX uma marca indelével. Tornou-se uma das mais importantes representantes da poesia marginal que florescia na década de 1970, justamente pela singularidade que a distanciava das “leis do grupo”. Criou uma dicção muito própria, que conjugava a prosa e a poesia, o pop e a alta literatura, o íntimo e o universal, o masculino e o feminino - pois a mulher moderna e liberta, capaz de falar abertamente de seu corpo e de sua sexualidade, derramava-se numa delicadeza que podia conflitar, na visão dos desavisados, com o feminismo enérgico, característico da época. Em 2013, todos os seus poemas foram reunidos em Poética. Já em 2016, ano em que foi homenageada na Flip, a Companhia das Letras lançou A teus pés, primeiro e único livro que Ana C publicou em vida por uma editora, e Crítica e tradução, que reúne seus ensaios, traduções e críticas. 

6. Donna Tartt

Um ano com livro novo de Donna Tartt é um bom ano para a literatura. Cerca de dez anos separam uma obra da outra, romances longos que fazem o leitor mergulhar em suas tramas. Em A história secreta, lançado em 1995, um sofisticado grupo de alunos de grego resolve reproduzir as orgias dionisíacas da Antigüidade. Em O amigo de infância, de 2004, ela faz um painel da sociedade decadente do Sul dos Estados Unidos ao contar a história de uma menina que investiga a morte do irmão mais velho. Já em seu último livro lançado, O pintassilgo, ela mistura uma tragédia pessoal com a história da arte em uma trama de amor, aventura, perda e redenção. O pintassilgo venceu o prêmio Pulitzer. 

7. Maria Valéria Rezende

Nos últimos anos, Maria Valéria Rezende vem conquistando mais e mais leitores brasileiros. Em 2015, venceu o Prêmio Jabuti com Quarenta dias, lançado em 2014 pela Alfaguara. Já neste ano recebeu o prêmio Casa de las Américas por Outros cantos, seu romance mais recente. Maria Valéria Rezende estreou tarde na literatura. Em 1965, ela entrou para a Congregação de Nossa Senhora, Cônegas de Santo Agostinho, e dedicou-se sempre à educação popular, tema que também está presente em sua obra. Seu primeiro livro de ficção Vasto mundo, foi publicado apenas em 2001. Da autora, a Alfaguara também lançou O voo da guará vermelha e Modo de apanhar pássaros à mão.

8. Ali Smith

Frequentadora assídua de premiações literárias, a escocesa Ali Smith é autora de romances como Hotel Mundo, finalista do Booker Prize e do Orange Prize, e Por acaso, vencedor do Whitbread Novel Award. Escritas com paixão, as obras de Ali Smith são únicas. Aclamadas, discutidas e premiadas, renderam um séquito de leitores à escocesa, sensação literária da contemporaneidade. Como ser as duas coisas, romance lançado ano passado no Brasil, vendeu na Inglaterra, em seu primeiro ano, 150 mil exemplares - feito raro para um romance literário. Sobre a autora, Alain de Botton afirmou que “ela é um gênio, moderna no sentido heroico, glorioso”. Uma escritora que vale a pena conhecer.

9. Lilia Moritz Schwarcz

Lilia Moritz Schwarcz é professora titular no Departamento de Antropologia da USP e Global Scholar na Universidade de Princeton (EUA). Seu livro As barbas do imperador ganhou o prêmio Jabuti de Livro do Ano, em 1999. Além deste, publicou também: O espetáculo das raças, O sol do Brasil (prêmio Jabuti de melhor biografia, 2009), D. João carioca - história em quadrinhos sobre a chegada da Corte portuguesa ao Brasil, em coautoria com Spacca -, entre outros e Um enigma chamado Brasil, com André Botelho (prêmio Jabuti ciências sociais, 2010). Um de seus projetos mais recentes, feito em coautoria com a historiadora Heloisa M. Starling, foi o livro Brasil: uma biografia, um grande volume que alia texto acessível e agradável e vasta documentação histórica para apresentar uma nova (e pouco convencional) narrativa do nosso país. 

10. Valeria Luiselli

A mexicana Valeria Luiselli vem se destacando no cenário literário internacional com seus livros que falam sobre o poder das histórias e das palavras. Ela esteve no Brasil em 2016 para participar da Flip, onde também lançou seu segundo livro no país, A história dos meus dentesNesta prosa curta e bem-humorada, Valeria apresenta um leiloeiro que acredita ser o melhor do mundo em sua profissão e sonha em trocar todos os seus dentes. Conforme ele avança no seu treinamento em leilões, a escritora desenvolve uma narrativa sobre o valor das histórias que criamos. Já em Rostos na multidão, lançado pela Alfaguara em 2012, acompanhamos uma escritora às voltas com seu trabalho e a maternidade, tentando escrever um romance sobre sua juventude em Nova York e sua obsessão por um obscuro poeta mexicano que tentava traduzir.

11. Svetlana Aleksiévitch

Impossível não se sensibilizar com os relatos que a jornalista Svetlana Aleksiévitch reúne em seus livros. Seja falando da tragédia de Tchernóbil, da Segunda Guerra Mundial ou do colapso da União Soviética, Svetlana procura pelo que há de mais profundo na vivência humana: a dor, a alegria, a esperança, o medo. Ganhadora do Nobel de Literatura, a jornalista diz que não quer apenas contar uma história com seus livros: ela quer mostrar quem são aquelas pessoas, quais são os seus sentimentos. É por isso que a leitura de Vozes de TchernóbilA guerra não tem rosto de mulher O fim do homem soviético são experiências que vão além da mera informação. Sua escrita é única, desenvolvida a partir de observação da realidade e ostentando as melhores qualidades narrativas da tradição da literatura em língua russa. 

12. Wis?awa Szymborska

Wis?awa Szymborska viveu desde menina em Cracóvia, cidade situada às margens do Vístula, no sul da Polônia. O fato de ter permanecido por 89 anos no mesmo lugar diz muito sobre essa poeta conhecida por sua reserva e extrema timidez. Contudo, embora os fatos de sua vida tenham permanecido privados, quase secretos, seus poemas viajaram pelo mundo. Não são tantos: sua obra inteira consiste em cerca de 250 poemas cuja função, como declarou a poeta no discurso ao receber o Prêmio Nobel, é perguntar, buscar o sentido das coisas. Parte de sua obra está dividida em dois volumes lançados pela Companhia das Letras: Poemas, de 2011, e Um amor feliz, de 2016. 

13. Alice Munro

Outra vencedora do Nobel que faz parte do nosso catálogo é a canadense Alice Munro. Dona de uma das carreiras mais respeitáveis da literatura de língua inglesa, é autora de diversos livros de contos, traduzidos para mais de dez idiomas. Ela foi, aliás, a primeira escritora que se dedica aos contos a receber o prêmio da academia sueca. Suas personagens femininas, que se espalham por livros como Felicidade demais, Vida querida e O amor de uma boa mulher, protagonizam histórias arrebatadoras sobre sedução, violência, os mistérios do passado, a finitude e promessas de felicidade intensa. 

14. Toni Morrison

Mais uma autora premiada na nossa lista! Formada em letras pela Howard University, Toni Morrison estreou como romancista em 1970, com O olho mais azul. Em 1975, foi indicada para o National Book Award com Sula (1973), e dois anos depois venceu o National Book Critics Circle com Song of Salomon (1975). Amada, publicado aqui em 2007, lhe valeu o prêmio Pulitzer. Toni Morrison foi a primeira escritora negra a receber o prêmio Nobel de Literatura, em 1993. Seu romance mais recente é Voltar para casa, lançado no ano passado.

15. Elizabeth Bishop

Elizabeth Bishop, um dos maiores nomes da poesia norte-americana do século XX, recebeu numerosos prêmios, como o Pulitzer e o National Book Award. Além da sua poseia, que você pode encontrar em Poemas escolhidos Poemas do Brasil (onde morou por cerca de 20 anos), a Companhia das Letras também lançou suas memórias, artigos, contos e resenhas em Prosa e suas cartas em Uma arte: as cartas de Elizabeth Bishop

16. Martha Batalha

O livro de estreia de Martha Batalha, A vida invisível de Eurídice Gusmão, conquistou leitores do mundo todo com a história das irmãs Gusmão e a discussão sobre a vida da mulher nos anos 1940. Enquanto Guida desaparece de casa, Eurídice se torna uma esposa exemplar. A trajetória das irmãs Gusmão em muito se assemelha com a de inúmeras mulheres nascidas no Rio de Janeiro no começo do século XX e criadas apenas para serem boas esposas. São as nossas mães, avós e bisavós, invisíveis em maior ou menor grau, que não puderam protagonizar a própria vida, mas que aqui se tornam as personagens principais. Publicado em mais de dez países, A vida invisível de Eurídice Gusmão ficou em primeiro lugar na lista de mais vendidos da França foi indicado ao Grand Prix de l'Héroïne Madame Figaro. 

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