As capas sem caras

14/04/2016

Em sua coluna anterior, Luiz Schwarcz escreveu sobre como deve ser uma capa, devendo respeitar a imaginação do leitor e ao mesmo tempo ser atrativa para o mercado do livro. Para ele, a capa ideal "deveria ser neutra a ponto de permitir que cada leitor crie em sua mente a imagem do livro que leu", e que "quanto menos imagens ou definições figurativas a capa tiver, maior será o respeito à imaginação do leitor".

Selecionamos algumas capas de edições estrangeiras para ilustrar, então, o que seria a "cara ideal" de um livro. Confira a seguir.

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A editora francesa Gallimard é uma das primeiras casas editoriais que vem em mente quando pensamos nas capas simples. As suas capas apresentam tradicionalmente elementos tipográficos que destacam o título do livro e o autor.

Books by French writer Patrick Modiano are displayed at the bookstore of French publishing house Gallimard in Paris

Quando o livro ou o autor recebem um prêmio ou indicação, a Gallimard destaca essa informação na capa com uma "cinta", que chama a atenção para o livro sem precisar alterar o layout de sua capa. Em muitos casos, a editora usa apenas o nome do autor como chamariz promocional.

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As edições estrangeiras da Gallimard também seguem o padrão gráfico de capas simples, com poucos elementos, dando destaque para a o nome da coleção, para o idioma de origem e o tradutor.

Ainda assim, mantém-se o efeito de unidade das capas da editora.

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Mas nos últimos tempos esse padrão deixou de ser seguido à risca. Vejam, por exemplo, a sobrecapa de O irmão alemão, de Chico Buarque, recém lançado na França.

 

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A alemã Suhrkamp também segue uma lógica semelhante, como nas primeiras edições da coleção Rainbow, que trabalhavam apena cores diferentes em seus livros.

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Vejam uma forma de utilização das capas no marketing de livrarias da coleção Rainbown da Surkhamp.

 

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E o efeito das edições na estante não poderia ser mais bonito. Os livros chamam a atenção de qualquer apaixonado por literatura com o uso das cores.

E para você, como deve ser a cara ideal de um livro?

Luiz Schwarcz

Luiz Schwarcz é editor da Companhia das Letras e autor de Linguagem de sinais, O ar que me falta, entre outros.

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