Livros para quem gosta de fotografia

08/01/2018

Para comemorar o Dia do Fotógrafo, que tal colocar na lista algumas leituras que contam mais sobre esse trabalho? Nessa lista, há livros teóricos que contextualizam imagens e autores na sociedade e coletâneas de fotógrafos renomados. Aproveite a data para celebrar a arte da fotografia com suas leituras.

Para entender uma fotografia, de John Berger (org. Geoff Dyer)

O autor se vale de literatura, filosofia, psicanálise e metafísica para tratar de fotógrafos como Henri Cartier-Bresson, André Kertész e Sebastião Salgado. Berger também se dedica a refletir sobre o lugar da fotografia entre as belas-artes, reler criticamente a obra de Sontag ou enfrentar o dilema que ronda a veiculação de imagens de violência. O livro foi organizado por Geoff Dyer, também autor de uma introdução em que explica: "À medida que Berger examina fotografias e delas extrai histórias - tanto as que revela como as que ficam ocultas -, o papel de crítico e questionador de imagens dá lugar à vocação e ao abraço do contador de histórias".

Por trás daquela foto, Vários autores

A fotografia desperta memórias, provoca paixões, registra fatos, conta, explica, revela, constrói e desconstrói. Em Por trás daquela foto, um time de oito autores brasileiros dedica-se a ler as linhas e entrelinhas de fotografias que eles mesmos escolheram, e a partir delas contam a história do país, fazem relatos pessoais e até enveredam pela ficção.

O instante certo, Dorrit Harazim

A fotografia mudou o mundo. Há cliques que alteraram o rumo da história, os costumes da sociedade, os hábitos privados e coletivos. Neste O instante certo, a premiada jornalista Dorrit Harazim conta a história e as histórias de alguns dos mais célebres fotogramas já tirados. Com o olhar menos interessado em aspectos técnicos do que em aspectos humanos, Dorrit enxerga para além de jogos de luzes e sombras, mirando sempre nas narrativas que as fotografias por vezes revelam e por vezes ocultam.

Outras Américas, Sebastião Salgado

Outras Américas, que registra os povos indígenas da América Latina, é o resultado de um trabalho que foi iniciado em 1977 e exigiu sete anos para ser concluído. Para realizá-lo, Sebastião Salgado percorreu desde o litoral do Nordeste brasileiro às montanhas do Chile e daí à Bolívia, ao Peru, ao Equador, à Guatemala, ao México. 

Jardim da Luz, Bob Wolfenson

Sobre os retratos que reuniu neste livro, Bob Wolfenson escreve: "Quando me deu uma câmera ainda na infância, meu pai, um judeu pernambucano de esquerda, traçou, sem saber, o meu destino. Por força desse sincretismo e com a obstinação própria de um homem idealista, tentou me fazer ver o mundo sem preconceitos ou racismo. Este livro de retratos talvez seja a síntese desse legado deixado por meu pai. Ao justapor algumas vezes imagens e pares antagônicos, quis tornar possíveis certas impossibilidades e vice-versa. Esse jogo, aliado ao prazer de fotografar, foi o guia deste trabalho, e a generosidade dos fotografados, a via de realização".

Personae, Madalena Schwartz 

Todos os retratos dão a impressão de conter dois pontos de vista e de expressar dois modos de ser: o da fotógrafa e também o da figura retratada. Madalena nos faz ver as pessoas e, ao mesmo tempo, mostra a si mesma através delas. Nas palavras de Maria Bonomi, ela "interpreta o enigma". Ou, como escreve Emanuel Araújo, cada personagem retratado "está lá, fixado em um instante do tempo, perpetuado em sua verdade por um olhar cheio de paixão". De certo modo, Madalena Schwartz fotografava a alma.

Saudades do Brasil, Claude Lévi-Strauss

Lévi-Strauss viu nascer o desejo de selecionar e publicar estas fotografias, que abrangem o período de 1935 a 1939, ao se dar conta de que só ele poderia descrevê-las, localizando-as no tempo, no espaço e na difusa dimensão da memória afetiva. Elas nos comunicam o encanto especialíssimo de um mundo aparentemente eternizado em seu arcaísmo, mas que logo se transformaria a ponto de tornar-se irreconhecível. O leitor encontrará nesta bela coleção de imagens um testemunho precioso sobre o Brasil e seus habitantes de mais de meio século atrás. A eles e à sua distante juventude, o autor envia um aceno de amizade e nostalgia.

 

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