10 livros para ler em um dia

22/06/2017

Tamanho não é sinônimo de qualidade, certo? Claro que amamos os catataus, aquelas histórias com mais de mil páginas que nos entretêm por meses e meses, mas também apreciamos uma leitura mais rapidinha. Pensando nisso, selecionamos dez livros para quem quer conhecer uma boa história em poucas páginas - ou, para ser mais preciso, em menos de 200 páginas. Confira!

1- Nossas noites, de Kent Haruf

Em 160 páginas, Kent Haruf apresenta um romance emocionante e surpreendente. Sua última obra publicada apresenta dois viúvos septuagenários que vivem solitários em suas casas. Até que Addie Moore convida Louis Waters a passar as noites com ela para ter com quem conversar antes de dormir. A movimentação causa comentários na vizinhança, mas apesar dos julgamentos, Addie e Louis percebem que ainda há prazeres a serem descobertos  e uma nova chance de felicidade na vida. Nossas noites ganhará uma adaptação pela Netflix ainda em 2017, protagonizada por Jane Fonda e Robert Redford. 

2- Sobre a tirania, de Timothy Snyder

Aprender com o passado nunca foi tão necessário. Após a eleição de Donald Trump, o historiador Timothy Snyder escreveu um texto no Facebook em que apresentava vinte lições do século XX para combater a tirania nos dias atuais. Essas vinte lições foram aprofundadas em Sobre a tirania, um livro com 128 páginas para ser lido numa sentada, mas ao qual se deve voltar regularmente para recuperar o fôlego e a inspiração que permitam enfrentar os desafios do presente. 

3- A noiva jovem, de Alessandro Baricco

No início do século XX, na Itália, uma jovem chega à mansão do noivo, a quem foi prometida, e é imediatamente acolhida por sua nobre família. Enquanto espera que o noivo volte da Inglaterra, ela é invadida pela excentricidade das pessoas e do lugar. Todos os dias, na mesma hora da manhã, o leal mordomo põe à mesa um extravagante desjejum, que dura até as três da tarde. Na casa, onde o tempo parece não passar, ninguém dorme. A jovem, sempre inquieta e curiosa, começa a ser apresentada aos segredos da misteriosa família. Em 160 páginas, o italiano Alessandro Baricco envolve o leitor numa atmosfera onírica e sensual. 

4- Coronel Chabert, de Honoré de Balzac

A coleção Grandes Amores, da Penguin-Companhia, é composta por clássicos da literatura brasileira e internacional, com edições pequenas e mais acessíveis. Entre os livros está O Coronel Chabert, de Honoré de Balzac. Nesta novela de 88 páginas que integra A comédia humana, Balzac conta a história de um homem que volta para casa depois de anos na guerra e encontra sua mulher casada e desfrutando de sua fortuna.

5- Para educar crianças feministasde Chimamanda Ngozi Adichie

O último livro de Chimamanda Ngozi Adichie é um manifesto para um mundo com mais igualdade e respeito. Se em Sejamos todos feministas a autora do romance Americanah falou sobre a importância de ser feminista, neste livreto de 96 páginas ela apresenta quinze sugestões para criar nossos filhos com mais igualdade para transformar o mundo num lugar onde meninas têm as mesmas oportunidades que os meninos, e ensinar a homens e mulheres que todos têm os mesmos direitos. 

6- O que é fascismo? E outros ensaios, de George Orwell

O que é fasicmo? reúne em 160 páginas 24 ensaios de George Orwell, publicados originalmente em diversos veículos da imprensa britânica. Em seus textos, o autor de 1984 explora um amplo espectro de assuntos - literatura, cinema, política, sociedade -, sempre perpassados pela política, sua principal obsessão intelectual e literária. 

7- Agora e na hora, de Heloisa Seixas

Um escritor fracassado decide fazer um livro de contos sobre a morte e, em seguida, se matar. Seria essa sua vingança contra aqueles que sempre o ignoraram: fazer da própria morte o ponto final do livro, tombando sem vida sobre os originais. Seus planos, porém, caem por terra ao descobrir que tem um tumor e que seus dias estão contados. Algo inesperado acontece, e ele perde o controle do livro - e da própria vida. Em Agora e na hora, Heloisa Seixas constrói em 144 páginas um poderoso embate de vida e morte entre um escritor e seu personagem. 

8- O Rei de Havana, de Pedro Juan Gutiérrez

Cuba, anos 1990. Após fugir de um reformatório, o jovem Reinaldo vaga pelas ruas em busca de abrigo e comida. Sem família, amigos ou qualquer objetivo de vida, Rei procura viver minuto a minuto. Enquanto caminha sem rumo, pedindo esmolas e lutando para sobreviver, ele convive com os mais diversos tipos do submundo cubano: mendigos, bêbados, travestis, prostitutas, traficantes, ladrões e vendedores ambulantes, todos famintos e atormentados pela miséria. Apesar do sofrimento diário em uma cidade imunda e arruinada, essa gente permanece invulnerável, buscando no amor, no sexo e na diversão algo que torne a vida menos amarga. Neste romance contundente de 184 páginas, Pedro Juan Gutiérrez explora os limites da dignidade humana.

9- Mais de uma luz, de Amós Oz

Novo livro de Amós Oz, Mais de uma luz reúne em 136 páginas três ensaios: no primeiro, Oz revê e amplia seu artigo clássico, "Como curar um fanático", argumentando em defesa da controvérsia e da diferença. Afinal, um fanático nunca entra num debate: se ele considera que algo é ruim, seu dever é liquidar imediatamente aquela abominação. No segundo ensaio, inspirado no livro Os judeus e as palavras, o autor tece uma belíssima reflexão sobre o judaísmo como eterno jogo de interpretação, reinterpretação, contrainterpretação. A fé nada teria a ver com a ideia de verdades eternas ou absolutas; o judaísmo, para Oz, é justamente a cultura do questionamento - e do debate. O texto final discute a candente questão da convivência em uma das regiões mais disputadas do mundo. Oz propõe um diálogo com a esquerda pacifista, sugerindo que se abandone o sonho de um estado binacional como solução para os conflitos entre Israel e Palestina - a saída, para ele, estaria na existência de dois estados nacionais diferentes. 

10- Dicionário de línguas imaginárias, de Olavo Amaral

Os Yualapeng são uma tribo peculiar na América do Sul. Sua língua não admite a existência dos verbos "ir" e "vir". Eles apenas voltam, num movimento que os leva sempre ao lugar de origem. Inconformado com tal lacuna, Gérard Valdès, o linguista francês que os estuda, tenta lhes ensinar outros conceitos de deslocamento, e as consequências irão afetar sua própria forma de pensar. "Estava morrendo de palavras", diz o narrador de outro conto. Diagnosticado com uma fibrose na glote, e perdendo aos poucos a capacidade da fala, ele decide viajar aos confins da Sibéria para conviver com um povo nômade, os Skali, donos de um dos idiomas mais rudimentares do mundo, em uma expedição rumo ao fim da linguagem. Escritor e cientista, Olavo Amaral mescla fatos e fantasia, narrativas labirínticas e distopias nestas 128 páginas, na tradição dos grandes autores que escapam do realismo para tratar dos temas cruciais da situação humana.

 

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