E-books: Biografias em promoção

A partir de hoje, por uma semana, entra em promoção uma seleção especial de biografias da Zahar em e- book. Confira a lista de títulos e os preços imperdíveis, com descontos de mais de 70%: Um perfil revelador do homem ofuscado pelo mito. Quem consegue imaginar o responsável pela morte de milhões de pessoas e um dos personagens mais emblemáticos e polêmicos do século XX como um homem dedicado á família e que gostava de reunir todos os familiares em almoços no campo? Em A vida privada de Stálin, a historiadora Lilly Marcou, revela um Stálin de carne e osso, ainda que não menos vulnerável ás acusações da posteridade. De R$34,90 por apenas R$9,90.

O escritor e crítico Bráulio Tavares escreveu para sua coluna no jornal da Paraíba um artigo sobre a coleção Clássicos Zahar Leia na íntegra:

"Estou me devendo há algum tempo um comentário sobre a coleção Clássicos Zahar, que essa Editora vem lançando há algum tempo. São títulos que a gente pode chamar de clássicos populares – aqueles autores que hoje ocupam um lugar mais ou menos respeitável nas Histórias da Literatura, e que ao mesmo tempo produzem livros fáceis de ler, bem escritos, histórias interessantes contadas de um jeito envolvente. Livros que foram para minha geração o que Harry Potter e O Senhor dos Anéis têm sido para os mais jovens.

São todos livros em domínio público (autores falecidos há mais de 70 anos, de um modo geral). Isso significa que a editora economiza os 10% de direitos autorais que se paga sobre o preço de capa. Algumas editoras aproveitam isso para aumentar sua margem de lucro. Outras reinvestem isso, ou parte disso, em traduções caprichadas, prefácio e introduções, notas críticas e comentários ao texto, reprodução de ilustrações da edição original.

É mais ou menos o que tem feito a Zahar, numa série de clássicos em capa dura, como O corcunda de Notre Dame de Victor Hugo(tradução, apresnetação e notas de Jorge Bastos, ilustrações da edição original) ou Conde de Monte cristo, de Alexandre Dumas com tradução(vencedora do Prêmio Jabuti) de André Telles e Rodrigo Lacerda, uma edição de bolso com 1.663 páginas. Os mesmos tradutores verteram (e comentada) A mulher da gargantilha de Veludo e outras histórias de terror, também de Dumas.

Já falei nesta coluna sobre as aventuras de Sherlock Holmes editadas e comentadas por Leslie Klinger; as notas são copiosas e, embora alguns críticos as considerem supérfluas ao texto em si, valem como uma profusão de janelas hipertextuais sobre a Inglaterra, sobre Conan Doyle, sobre a Ciência, a História e a Geografia da época. Na minha pilha de leitura está aqui do lado O Lobo do Mar de Jack London, que nunca li, e que tem tradução de Daniel Galera, apresentação de Joca Reiners Terron, notas e glossário de Bruno Costa.

O que é um clássico? Arrisco-me a dizer que é um livro que se torna mais novo e mais rico a cada reedição, porque a soma total do que tem a oferecer nunca se esgota. Um livro que se expande ao ser visto e comentado por sucessivas gerações de estudiosos. A edição de O mágico de Oz de L. Frank Baum tem tradução de Sérgio Flaksman, apresentação de Martin Gardner, prefácio de Gustavo Franco, notas de Juliana Romeiro, ilustrações originais. Cada edição assim é única, é o texto clássico emoldurado pelas ressonâncias que produz naquele país, naquela época. Se daqui a um século algum livro meu for tratado assim, nem vou sentir falta dos direitos autorais".

por Bráulio Tavares

O texto também foi publicado no blog Mundo Fantasmo.

 

Neste post